Sobre
Aprendi numa aula de botânica que quando vemos o tronco e a copa de uma árvore podemos considerar que o que não vemos dela, o que está embaixo da terra, suas raízes, possuem um tamanho correspondente e as vezes até maior ao que está exposto à luz. Para crescer e sustentar seu tamanho as árvores precisam aprofundar e espalhar suas raizes no subsolo.
Para mim elas são professoras e matéforas impressionantes do processo de autoconhecimento e individuação. Uma árvore, apesar de acompanhada, habitada por outros seres, nutrida pela água, pelo solo e pela luz do sol, está sozinha em sua jornada e é a força de cada uma que corrobora para o frescor de uma floresta, o conforto de uma sombra ou um abrigo e para um grande ecossistema sustentável. Cada uma é única e importante para o todo, não se faz sozinha, mas está por si em seu pedaço de chão, à sua maneira de crescer.
Saber quem somos está muito além de performar funções na sociedade, é muito mais que a profissão ou a posição que ocupa-se na família e ainda muito mais do que vemos e pensamos sobre nós. Saber quem somos é um caminho, muitas vezes, num sentido mais para dentro, para a escuridão, onde podemos reconhecer as diversas vozes que habitam nosso mundo interior e as sombras que fazem parte de tudo que não está iluminado pela consciência. Acredito neste percurso da consciência em comunhão com o inconsciente e que esta dança pode nos levar para uma vida mais realizada e alinhada com nossa alma!
Miriele Alvarenga | Analista Junguiana
